quarta-feira, 16 de março de 2011

Turismo: é a vez do campo!

Por Pablo Esteves
O turismo tem mudado a paisagem da zona rural dos municípios do interior pernambucano. Fazendas, algumas delas centenárias, estão sendo adaptadas para funcionar como pousadas e hotéis. O fenômeno já é percebido em todas as regiões do Estado, principalmente nos municípios do agreste e zona da mata.
Em Saloá, no agreste meridional, encontramos a Fazenda Brejo. A propriedade, que antes funcionava como uma fazenda de criação de gado, foi uma das primeiras na região a ser ajustada para receber hóspedes (1993). Segundo a proprietária, Cleide Andrade Silva, inicialmente o local foi utilizado para receber colônia de férias infantis.
“Construímos alojamentos para receber estudantes durante as férias de janeiro e julho. Porém, a demanda aumentou muito e teve cobranças dos pais que gostavam do lugar e queriam também ficar hospedados aqui. Foi aí que vislumbrei esse nicho e comecei a investir no turismo rural de verdade”, explica a empresária.
Para transformar a fazenda em pousada foi necessário uma mudança radical na estrutura do lugar. Aos pés de uma montanha foram construídos blocos imobiliários com jeitinho de casas rurais, comportando um total de 100 leitos. Os blocos são interligados com jardins e até aquário natural. Durante a construção houve a preocupação em preservar plantas e árvores nativas, fazendo com que a pousada se encaixe bem no meio ambiente, sem causar impactos.
Para oferecer serviços como passeios a cavalo, trator e trilhas ecológicas, a empresária buscou capacitar moradores da vila de Iatecá, mexendo com a economia local. “Busquei investir em pessoas da comunidade. Fiz parceria com o SENAI e SENAC para trazer cursos profissionalizantes. Hoje mantemos 30 funcionários que desempenham atividades diversas como cozinheiras, faxineiras, guias turísticos entre outros”, explicou Cleide.
A Fazenda Brejo fica instalada em uma área de mais de 350 hectares, sendo 52 deles destinado a preservação por se tratar de uma Reserva Particular de Patrimônio Ambiental (RPPN). Na propriedade também são cultivadas as frutas e hortaliças utilizadas nas refeições, além da produção de laticínios e derivados que compõem o cardápio regional do restaurante.
E o hóspede é mesmo conquistado pelo paladar. Difícil é resistir às refeições fartas de carne de sol, charque, peixes e até cordeiro. Entre os pratos mais requisitados está a Tilápia na Abóbora.
MATA
Seguimos viagem em direção a São Benedito do Sul, na Zona da Mata, distante 169 km da capital. O município, que também é conhecido pelas belas cachoeiras, tem uma das mais estruturadas pousadas rurais do interior. A Fazenda Betânia foi adaptada há nove anos para funcionar como hotel, oferecendo o lazer do campo. Os cômodos confortáveis dispõem de ar-condicionado, televisão e frigobar.
O agradável clima rural é apenas um dos atrativos. Os hóspedes têm uma programação que começa logo cedo, com a ordenha das vacas. Na área do hotel são oferecidas diversas opções de lazer como passeios a cavalo, trilhas, campo de futebol, de vôlei, bicas, açude com toboágua e cascata.
“Aqui o hóspede pode usufruir de tudo que tem uma fazenda. Ele pode participar da ordenha, pescar e passear a cavalo. Já quem deseja fazer esportes radicais, disponibilizamos guias turísticos”, diz a proprietária Roberta Queiroga.
A culinária regional é variada e impecável. No almoço self-service, o menu é composto de diversas carnes, como charque cozida dentro da abóbora acompanhada de arroz, salada e suflê de cenoura.